Tenho pensado sobre como trato as pessoas. Percebi que é bem comum usar “vossa senhoria”, ou chamar operadores do direito em geral de “doutor” (alguns de maneira íntima e descontraída), etc.
Hoje, bem como por boa parte deste final de semana, não sabia o que dizer ou escrever. Acho que é isso que os escritores profissionais chamam de “dar branco” ou “bloqueio criativo”.
As coisas não sumiram, não deixaram de ocorrer, na verdade até muito aconteceu. Eu só não sabia, e talvez ainda não saiba, como me expressar. E eu acho que essa é a razão pela qual as formalidades surgiram em minha vida.
Nunca realmente aprendi a falar com pessoas. Em muitos momentos ainda não sei o que dizer. Por isso chega a ser natural tratar todo mundo de maneira tão polida, é basicamente por falta de alternativa.
Chega a ser engraçado, mas também incômodo, como o meu jeito de falar com os outros é um ato, uma aparente defesa contra a minha insegurança e falta de capacidade social.
Quando você se deparar com uma situação que não saiba como resolver, seja formal.
Isso me lembrou um fato que eu sempre achei meio curioso sobre mim mesmo, quando morava no interior aprendi a tratar todo mundo por “tu” e com a forma verbal errada mesmo, “tu vai”, “tu foi”, “tu fez”.
Quando mudei pra Manaus vi que as pessoas chamavam as outras de “você” mas quem disse que eu conseguia? Eu abria a boca 30x e 30x não saía nada, depois de muito esforço passou a sair um “cê”, até que o tempo venceu a batalha e eu consegui chamar as pessoas de você.
Agora eu alterno entre os dois, nem penso na hora de falar, o primeiro que vier sai, mas confesso que o “você” quando sai ainda deixa um gosto meio estranho na boca.
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Chega a ser “engraçado” o uso do “tu” de forma tão comum, Uma pena que o verbo normalmente não acompanha a pessoa… =p
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