Era uma vez três amigos, o ganancioso, o manipulador e o inocente.
Certo dia, numa tarde nublada e de fortes ventos, conversavam como se não houvessem cobranças ou obrigações, aquele tipo de momento que o tempo parece estar suspenso. Não importam relógios e compromissos. Nada nos tira das nuvens.
“O que é preciso para ser feliz?” Perguntou o manipulador, iniciando uma conversa que ecoaria na mente deles por décadas.
“Dinheiro. Muito dinheiro. Uma quantia absurda. Suficiente para comprar qualquer coisa ou qualquer um.” Foi a resposta do ganancioso. Abertamente nutria um desejo por bens materiais. Já flertara com funções bem remuneradas, mas a verdade é que a fortuna nunca o sorriu diretamente. Claro que, com certo esforço, lograra algum êxito em termos monetários.
“Quero ter poder. Controlar pessoas. Ter todos meus desejos realizados.” Disse o manipulador. Gostava de estudar o comportamento dos indivíduos. Utilizava a sua inteligência para por em prática seus planos e articulações. Sua diversão principal era instigar seus amigos com esses pequenos jogos e desafios, sempre os empurrando na direção que desejava.
O inocente parou por um instante, encolhido, com os ombros caídos e recoberto de uma timidez explícita, disse três palavras que encerraram a conversa: “Quero ser feliz.”