Eu não sou bom com poesia. Já tentei. Aprender exigiria um esforço que não estou disposto a empreender. Prefiro a prosa. Escrever como se estivesse conversando com você.
Lembra quando me ensinou sobre como o sofrimento psicológico pode ser expressado em forma de dor física? Naquelas tardes quentes quando te dei algumas aulas de direção? Pois é, saber disso não torna mais ameno o sentimento.
Outro dia vi um vídeo seu sobre a Reforma Trabalhista. Concordei quanto ao fato de que o trabalhador vai ficar vulnerável em diversos pontos. Que legislação bizarra, né?
Também lembrei de quando cê esbarrou no retrovisor do meu carro e arrebentou o terço que lá ficava pendurado. Guardei os pedaços para consertar depois, mas atualmente são apenas memórias e vontades que ficaram em algum lugar.
Admito que sinto falta das nossas conversas no caminho entre o Amazon Trade Center e a ESO. A nossa principal reclamação era sempre calor, ou comentários sobre as coisas estranhas do Sindicato que seu escritório representava, ou como o TJAM tem histórias que nos fazem acreditar que boi voa…
Acho que cê deve lembrar que minha mãe tem uma leve labirintite e como provavelmente terei algum dia, cheguei a mencionar que seu jeito de andar de moto, na carona sem se segurar, era um desafio só de ver.
O pedaço de você que vai comigo é o sorriso e seu jeito de falar “Nei” virando o corpo para conversar de frente. Ambos estão gravados onde poucas pessoas chegaram.
Poderia ficar horas escrevendo e conversando. Mas você não tem mais tempo para ler. E entendo a sua pressa em nos deixar. Eu mesmo tenho a minha. Mas fica pra outra hora. Sinto a sua falta. Nós todos sentimos.
Um dia nos reencontraremos para por os assuntos em dia. Ou não.