Já vi vídeos analisando as técnicas para se caminhar sobre brasas. Sobre manter um passo constante e não correr, sobre como seguir a técnica anterior faz com que não dê tempo da sua pele se queimar, porque a camada superior de cinzas protege e isola, etc.
Mas eu nunca caminhei sobre brasas.
Talvez um dos motivos seja, além do trauma de já ter pisado numa brasa que parecia um grão de arroz que ficou cravada no meu pé, a minha instabilidade. Física e emocional.
Imagina a cena, tô lá, no meio da parada e começo a achar que devo ir mais rápido, coloco força e velocidade na passada e afundo o pé… ou começo numa velocidade e decido que talvez esteja muito rápido e desacelero…
Não, provavelmente falta muito para que possa encarar algo tão arriscado.
Principalmente porque nos últimos meses eu ando bem instável. Como um caminho de brasas.
Sabe, nenhum carvão vai queimar por igual. Algumas partes ficarão bem mais quentes que outras, a expansão térmica faz as coisas explodirem e lançarem aquelas belas e nocivas faíscas.
Quero acreditar que estou caminhando para uma melhora, mas não posso me permitir queimar e danificar as pessoas ao meu redor.
Caso você esteja lendo isso e tenha lembrado de algum momento em que faltei ao respeito ou fui deselegante nos últimos meses, por favor, acredite que sinto muito.
Mesmo que, por qualquer razão, eu tenha tentado, ou conseguido, te machucar, não é isso que desejo. Em regra.
Eventualmente todos chegamos ao equilíbrio térmico. Só não podemos, ou devemos, ficar parados.
Pelo menos, não pretendo.
Bom te ler de novo.
CurtirCurtir
Bom estar de volta.
Fique bem.
CurtirCurtir