Quadragésimo quarto dia – Começo, meio e fim

Admito que nunca pesquisei a origem desse formato de narrativa, mas acredito que este é provavelmente o modo mais efetivo de se contar algo.

Começo, meio e fim.

É uma sequência simples. É bela. Faz sentido.

Admito que muitas vezes deixo a desejar quando escrevo aqui. Sei que nem sempre faço sentido. Ou que escrevo errado e deixo passar na revisão. Isso sem contar quando a ordem dos fatos tá embaralhada ou as idéias não se conectam formalmente.

Mesmo assim, toda vez que me disponho a escrever, tenho que lembrar que o texto precisa ser introduzido, desenvolvido e concluído.

Não somente os escritos, tudo deveria obedecer uma ordem.

Sou contra o pensamento de que culinária é arte. Eu a vejo mais como uma ciência. Existe a possibilidade de se fazer experimentos, mas certas coisas nunca darão certo. Não é tão subjetivo assim. E a parte científica também se identifica no ato de se permitir a experimentação na cozinha.

No filme A Rede Social, algum personagem pergunta sobre quando o Facebook ficará pronto, o que é respondido com um “ele nunca ficará pronto”. Por isso sempre vemos mudanças de formato, novas funções, etc. É a reinvenção do produto conforme o aparente agrado dos usuários. Além do curtir, agora temos as reações, podemos inserir gifs, podemos procurar gifs nas barras de comentário, sem precisar ir no concorrente Google, temos acesso ao que postamos no passado, etc.

Um produto que desafia o inevitável fim ao se recriar constantemente.

Nem tudo precisa se reinventar para ser eterno, por exemplo: a filosofia grega ainda é usada como base; diversos costumes indianos sobreviveram até ao colonialismo britânico; dentre outros.

Talvez nem tudo precise acabar. Mas, assim como todo carnaval, todo texto tem seu fim.

Ou não.

Autor: Elisnei

Servidor Público. Escritor amador. Curioso e fã de tecnologia.

2 comentários em “Quadragésimo quarto dia – Começo, meio e fim”

  1. Nada termina, tudo se transforma no seu tempo certo. Até aquele melhor livro nunca terminará, mesmo que suas páginas se esgotem. Ele se transformará em uma saudade e sua história mudará toda vez que você contar dele para alguém.

    3 dias sem dez minutos. Será uma transformação…?

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